Sei lá porquê ou para quê mas custa-me enterrar este cantinho sem lhe tentar ao menos prolongar o estado vegetativo.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
quinta-feira, 3 de março de 2022
Frequências
Acreditei que ficaria para sempre em silêncio mas a impotência que me enraivece deu-me a voz.
E até as palavras me magoam porque são cruéis já que desprovidas de qualquer pragmatismo.
De nada me servem nem a mim nem aos outros. Quem dera fossem lanças, mísseis direccionáveis...
A quem adianta esta solidariedade? Se nem a minha consciência com ela se aquieta...
É fácil, demasido fácil, assistir deste palco dourado à barbárie de uns e à coragem de outros.
Enoja-me que o homem seja o pior dos predadores; Revolta-me que a falta de escrúpulos dos narcisistas prevaleça
sobre a hombridade de quem oferece resistência.
Sinto-me cansada dos outros, dos muitos que se empanturram das fragilidades alheias, maniqueístas, soberbos,
ditadores de destinos toldados pela morte e pela tristeza, ironicamente aquartelados em discursos mansos, tão falsos e
distorcidos. Sobretudo farta dos idiotas que pela calada os idolatram, lhes aparam os golpes na esperança
das migalhas que caiam eventualmente das suas mesas de banquete enquanto os resistentes enfrentam a fome, o frio
e a morte.
quinta-feira, 25 de agosto de 2016
ao jantar
Arroz de ervilhas em refogado de cebola e alho. Um toque de goma na correria malandra pelo prato. Tocam-se os garfos, cruzam-se as facas e os propósitos. Enrolam-se os guardanapos e entrelaçam-se os silêncios. Sabes de tudo e eu sei de ti. Brindamos sem palavras à nossa saúde, ao nosso amor. Em como sou feliz desde o dia em que deitaste na minha cama e sem projectos construímos de momentos o nosso enlace. Pensámos nos filhos, na minha, nos teus, todos nossos, conquista arrojada de uma união singular, de uma simplicidade despojada de medos. Verdades acessíveis a quem ousa acreditar. Tu levantas a mesa, eu ponho os pratos na máquina de lavar. Sem escala de tarefas, sombra da minha sombra, luz da minha luz. Braços fortes, peito robusto, olhos meigos, constante da minha equação.
- Gostaste do jantar? - perguntei.
- Estava muito bom - disseste.
Apagámos a luz.
quarta-feira, 24 de agosto de 2016
filha adolescente
Toda a magia. A branca, a negra a rosa? Cobrir-te-ia de um manto transparente e caminharias segura por entre os escolhos. Deixo-te ir vestida de jeans, simplesmente. Uma blusa leve de verão e os olhos azuis. Digo-te adeus, até logo, já tenho saudades. Que dizer deste estado de maternidade permanente? E para que não te pese e sigas indiferente, fico eu encolhida nos meus temores. Falo de ti a alguma gente e mostro os retratos de como eras, de como és, de como te te vejo, princesa deste meu reino, arquétipo da minha razão, razão, sentido e rumo. A minha força, o meu calcanhar de Aquiles magoado, o meu final de dia, o meu amanhecer. Quisera ter-te clonado. Parar o tempo e admirar-te eternamente. E penso, fugazmente, que a vaidade é pecado capital, que não te faria em nada diferente porque és, aos meus olhos, a perfeição.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
vai estar nas bancas
O conto infantil de minha autoria ´O dia em que a terra encolheu´ vai ser publicado pela Corpos Editora.
Poderá ser adquirido mediante encomenda nas livrarias Bertrand, Porto Editora e Almedina ou então através do site da Artelogy .
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
outra bastet
Surge, sem motivo algum, uma gata diferente. Ou a mesma. Não sei. Marca território. Apõe a pata. Mia doce - velho engodo - e arqueia o dorso. Novo cesto. A ver vamos.
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